quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

(é tudo uma questão de milímetros)

É tudo uma questão de milímetros
Os milímetros da bala de raspão
do tropeço, da mira, do olhar
E feito borboleta somos esmagados
Uns dirão destino
Outros, sábios, nada dirão.

Os centímetros que separam uma boca da outra
são jardas
que anos-luz não seriam suficientes pra percorrer
Andariam-se os anos-luz em círculos até o marco zero da própria boca sua.

A distância daqui à lua é nada
sondas
macacos
homens
(cães!)
já a transpuseram.

O que dizer da distância que abraça e fica
Na garupa, corre, corre, ela não solta
(e de medo, aperta mais forte quanto mais se corre)

Pra transpor essas jardas, ir à lua, esquivar esse milímetro, não basta só dedicação

-> Paciência.

Régua, medidas, cálculos, deixe-os pra depois.
Leste, oeste, pra que o norte?

Há muito joguei minha bússula ao mar, pra deixar às ondas a tarefa de empurrar minha alma

- Milímetro pra cá
- Milímetro pra lá
Embalado pelas curvas da natureza eu vou:
- Milímetro pra cá
- Milímetro pra lá.

Um comentário:

hires héglan disse...

milímetros entre um vatapá e outro!