terça-feira, 23 de dezembro de 2008

(são tempos corridos)



São tempos corridos
E hoje o poeta tem que se desdobrar
Em poeta
filósofo
centroavante
bajulador
fingidor

vendedor!

São tempos obtusos
E o poeta tem de pedir desculpas
Por ser poeta e não ser, por exemplo
Enfermeiro
Juiz

Mas a desculpa vem, invariavelmente
Em poesia
Curativos, não
Nem tampouco sentenças

São tempos de imagem apenas
E o poeta, papel e caneta

Apenas imagina


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